Educação e Amor

A nossa missão de pais é educar com amor e para o amor.

Vamos transcrever abaixo, trechos de Conferências de Paul-Engëne Charbonneau, pronunciadas na "Escola de Pais do Brasil". Pedimos aos pais que leiam e discutam sobre o assunto. Não queremos impor idéias, mas sim levantar certos questionamentos para a felicidade de seus filhos.

"Freqüentemente reduz-se o problema da educação ao da instrução.Colocam o jovem no colégio, acompanham de perto ou de longe seus sucessos ou insucessos escolares, castigam-no, encorajam-no, e pronto ! Mas, é preciso notar que instruir um homem não é formá-lo. Que a instrução seja necessária, ninguém hoje nem sonha negá-lo. Mas é necessário desconhecer completamente a realidade humana para pensar que ela seja suficiente. "Além da vida da inteligência, dizia Mounier, existe a vida do amor". Esta verdade é por demais evidente para que não se deixe de perguntar no momento em que se medita sobre o futuro dum adolescente, e sobre seu presente, como prepará-lo para viver o amor".

"Nós vivemos num mundo , numa situação materializada - é o mundo do ter. Todos querem ter coisas, todos querem ter felicidade, e felicidade não é coisa que se tenha, não se tem felicidade. Pode-se ser feliz. Não se pode apanhar a felicidade, ela não é comprada, não é coisa fabricada".

"Existem pessoas que são incapazes de amar porque têm tudo. São as mais infelizes, porque são incapazes de ser feliz; pela simples razão de terem tudo, criam uma mentalidade que os leva a pensar que basta ter dinheiro para se realizarem em todos os campos. Mas acontece que na vida pode-se comprar quase tudo, exceto duas coisas: inteligência e amor. Nenhuma dessas se compra num balcão; não basta dizer que se ama para ser feliz".

"O que é preciso desde logo é aprender a ser, para no futuro capacitar-se a ser feliz no amor.Preparar-se para o amor é preparar-se para ser. É justamente na juventude que se define o vir-a-ser de cada um e se estabelecem as diretrizes gerais, ampliando a dimensão pessoal e preparando cada um para amar".

Amar o filho é colocá-lo dentro dos problemas da família, cooperando para a sua solução, a ajuda mútua nas atividades domésticas, a compreensão das dificuldades financeiras, etc., são meios que formam os nossos filhos. A participação dos pais nas atividades dos filhos, nos esportes, na escola, nas explicações das lições de casa, nas conversas vendo televisão, etc, são meios que ajudam a formar uma consciência crítica e dar maturidade.

Amar o filho é contrariar muitas vezes, é ensinar o certo é dar as condições para que ele tenha uma vida futura saudável, quer como profissional quer como cidadão, que vive em uma comunidade e tem interação com as pessoas. Viver em sociedade se aprende em casa com os pais, respeitando o outro, sabendo viver e conviver com as diferenças pessoais.

Como pais, é nossa obrigação contribuir para uma boa formação integral de nossos filhos.

 

Sorocaba, agosto 2004.

Prof. Dr.Marcos de Afonso Marins